quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Barbante e escova de dentes.

Durante o sono, nossas pupilas são pequenininhas. Mesmo sem luz.

A maior cama do mundo. Dava pra se perder. Pra te perder e te encontrar. Em pedaços - que pareciam se espalhar - os meus e os seus. E a proximidade parecia sempre distante. O escuro, a não-visão. O movimento repentino de sentar e se ausentar. E a dúvida, a dúvida, a dúvida.
Hesitação e excitação ocupando os mesmos gestos. Ou aqueles gestos que não aconteceram. A gente pensa e não diz - ou sente e não diz.

Você. Você senta... e não diz. Porque não pode dizer. E eu sinto... e não sento. Porque não posso pensar.

A maior cama do mundo. A própria dimensão do sonho. Grande por não ser feita de espaço. Não ser feita de tempo. (São só os nossos pedaços). O universo não desenhado nas paredes. Feita na medida do amor tanto quanto qualquer outra. (Tanto quanto Hiroshima ou Nevers).
Porém, maior.
Para que não se ache respostas - e nem as perguntas - para as dúvidas que cabem ali.


Os olhos abrem. As pupilas crescem. Ainda não se vê nada.

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