sábado, 10 de dezembro de 2011

"Meu vermelho, teu branco, o preto da tinta na nossa pele"

Só pisar no preto. Só pisar no branco. Não pisar nas linhas.

(fio vermelho que se enrosca, enrola, faz nó e depois nos une em uma trança de dois cabelos)

Eu e ela, sempre um pé no chão. Sempre um pé suspenso, um que se adianta.
Pouse junto.Ou não me deixe só. A música sempre me faz pensar em você.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

condenação.

se eu fosse
mas não sou
então não sei
o que
se ser
significa

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Espelho de AnA

Estreia dia 22, terça-feira, no Teatro da Caixa às 19h!

sábado, 17 de setembro de 2011

16setembro.

Meu caixão
é cheio
d'água

Coroa de flores regadas
Choro de pedras por mim

Um pássaro morto
voou
voou

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

daydreamer.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

recolhendo páginas do diário:

Domingo, 10 de julho de 2011.

Essa noite, acordada, sonhei com várias mandalas coloridas. Sobrepunham-se. Movimentavam-se. Copiavam o ritmo de organização caótica do universo. Senti que estava flertando com dois anos atrás, desafiando o giro do tempo. Tão mais rápida do que o mundo. Achei que nunca mais fosse dormir. E aqueles desenhos eram todos tão bonitos. A forma como se abriam de um miolo e se propagavam. Um a um, tão abertos ao resto. Cada ritmo de traços contribuindo com uma mesma música gráfica. A própria imagem do meu descompasso com o mundo. Fechando-se ao mesmo tempo em que se espalhavam. Continuavam a dançar até mesmo quando eu abria os olhos. Era tão impossível - mas tão natural - controlá-las. Não lembro em que momento adormeci.

...

- E então, o que você vê? - perguntou enquanto lhe oferecia o caleidoscópio.
- Eu vejo pedras.

(recorte de lembranças alheias)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

vôo #07


desenhos de setembro de 2007.

domingo, 17 de julho de 2011

impalpável.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

un autre lac des cygnes

je suis tombé dans une taquenard
de la cygne-odette e sa malédiction
elle a besoin d'un amour éternel
sincère comme je l'aime bien

les soirs, elle est une princesse
et moi, je suis une chasseuse
avec une flèche et une fleur
pour toucher - et voler - son coeur

'odette, s'il vous plaît
dansez ma triste chanson'
elle, dans le ciel, m'a dit
'je ne peux pas, chère amie,
pas... pas sincèrement'

sábado, 16 de abril de 2011

são tantas imagens

sem palavra alguma.

quinta-feira, 3 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

prefixo meta para a falta de linguagem.

Leio de novo e de novo. Como se quem lesse fosse cada um de vocês.
Sinto medo das palavras. Dessas palavras que não. Que se interrompem assim.
Mas as agarro. Agarro para poder soltá-las. Saltá-las todas. E me livrar dessa angústia que é viver em frases – fases – de pontuações rápidas. Incertas.
Ah, se eu pudesse me livrar de medos. Se eu também os saltasse. Se eu pudesse alongar as frases. Se elas fossem intermináveis.
- e se eu pudesse enfim terminar.
Não é como falar rápido. Essa melancolia agressiva. Raivosa. São falas em pausas. São silêncios e recolhimentos.
Cada palavra é pensada. Hesitada.
- ah, se eu pudesse enfrentá-las como gostaria de enfrentar vocês.
Elas são suas. E deles. Não, não as quero pra mim. Elas doem. Escondem-se – todas – nesse silêncio morto.
E escrever é se entregar. Ficar a mercê. Não adotar – nem rejeitar – o descompasso do ritmo. É revelar por omitir. E - enfim - aceitar se perder.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

declaração de amor.

baby, you are the girl who would make me carry a photo in my wallet.

but, you know, my money still in my poket.


domingo, 23 de janeiro de 2011

muda (ou surdo)

(um poema divertido)

O meu gato tem ciúmes da literatura
Ele não pode ler
que o que eu escrevo é sobre ele

Talvez
se eu poesasse em miauês

Mas aí seria música
não texto
E tem linguagem mais sincera
do que um longo cafuné?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Transversal.

Quando ouço uma flauta
que se esforça
para alcançar
o extremo
de seu agudo

Não deixo de imaginar o
músico como
um amante

- o instrumento
o corpo -

Envolvidos no simultâneo
de um
orgasmo