quinta-feira, 21 de julho de 2011

recolhendo páginas do diário:

Domingo, 10 de julho de 2011.

Essa noite, acordada, sonhei com várias mandalas coloridas. Sobrepunham-se. Movimentavam-se. Copiavam o ritmo de organização caótica do universo. Senti que estava flertando com dois anos atrás, desafiando o giro do tempo. Tão mais rápida do que o mundo. Achei que nunca mais fosse dormir. E aqueles desenhos eram todos tão bonitos. A forma como se abriam de um miolo e se propagavam. Um a um, tão abertos ao resto. Cada ritmo de traços contribuindo com uma mesma música gráfica. A própria imagem do meu descompasso com o mundo. Fechando-se ao mesmo tempo em que se espalhavam. Continuavam a dançar até mesmo quando eu abria os olhos. Era tão impossível - mas tão natural - controlá-las. Não lembro em que momento adormeci.

...

- E então, o que você vê? - perguntou enquanto lhe oferecia o caleidoscópio.
- Eu vejo pedras.

(recorte de lembranças alheias)

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